sábado, 13 de abril de 2013

Síndrome de Guillain-Barré



Trata-se de uma síndrome auto-imune onde ocorre uma lesão da bainha de mielina que recobre os nervos periféricos. É uma polirradiculopatia desmielinizante inflamatória.

Os nervos levam e trazem as informações ao cérebro através de impulsos elétricos. Assim como fios encapados, os nervos também são revestidos por uma substância isolante chamada de bainha de mielina. A síndrome de Guillain-Barré ocorre pela produção de auto-anticorpos que atacam e destroem essa bainha de mielina protetora.


O processo inflamatório e a destruição da bainha bloqueiam a passagem do estímulo nervoso. O cérebro dá a ordem, mas ela não chega aos músculos. Os nervos acometidos são basicamente os motores, com pouco ou nenhum acometimento dos nervos sensitivos. 


·         FISIOPATOLOGIA


A produção de auto-anticorpos parece ocorrer por uma reação cruzada entre anticorpos produzidos contra um agente infeccioso e a bainha de mielina. Explicando, alguns micróbios podem ter proteínas semelhantes às presentes na bainha, se o anticorpo for desenvolvido para atacar essa proteína, ele se confunde e acha que a bainha de mielina também é um agente invasor.


·         ETIOLOGIA

Desconhecida
Causas mas citadas pelos autores:
ü  Infecção pelo HIV
ü   Infecção viral
-Citomegalovírus
-Epstein Barr
-Mycoplasma pneumoniae.
ü  Infecção Bacteriana
-Campylobacter jejuni
ü  Vacinação
ü  Traumas
ü   Cirurgias Linfomas
ü  Lúpus
ü  Cirurgia
ü  Gravidez
ü  Imunização


QUADRO CLINICO

ü  Sensação de parestesias nas extremidades distais dos membros inferiores e, em seguida, superiores.
ü   Dor neuropática lombar ou nas pernas pode ser vista em pelo menos 50% dos casos.
ü  Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível ao paciente, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço. A intensidade pode variar desde fraqueza leve até tetraplegia completa com necessidade de ventilação mecânica por paralisia da musculatura respiratória acessória.
ü   A doença usualmente progride por 2-4 semanas.
ü  Passada a fase da progressão, a doença entra num platô por vários dias ou semanas com subsequente recuperação gradual da função motora ao longo de vários meses. Entretanto, apenas 15% dos pacientes ficarão sem nenhum déficit residual após 2 anos do início da doença e 5%-10% permanecerão com sintomas motores ou sensitivos incapacitantes.


·         DIAGNOSTICO
ü  Avaliação dos sintomas clínicos
ü  História de doença viral
ü  Exames laboratoriais
- punção lombar
- Eletroneuromiografia



Critérios obrigatórios para o diagnóstico de Guillain-Barré
Déficit motor progressivo em mais de 1 membro
Arreflexia osteotendinosa universal
Pode-se aceitar uma arreflexia distal + hiporreflexia bicipital e patelar se os outros critérios forem cumpridos.
PASCOAL,Samuel-Ignacio Pascual . Síndrome de Guillain-Barré – Protocolos Diagnóstico      Terapeúticos de la AEP: Neurología Pediátrica


TRATAMENTO CLINICO

O tratamento se baseia em duas terapêuticas:

- Plasmaferese - Uma espécie de hemodiálise onde se filtra os auto-anticorpos
- Imunoglobulinas - Anticorpos contra os auto-anticorpos

Os dois tratamentos são igualmente efetivos e devem ser iniciados dentro das primeiras quatro semanas de doença.

Em 80% dos casos o paciente se recupera totalmente, ou as sequelas são mínimas e não interferem na qualidade de vida. A mortalidade é de 5% e aproximadamente o mesmo percentual não consegue voltar a andar.


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 

·         Respiratório
ü  Ventilação mecânica.
ü  Manobras de Higiene brônquica.
ü  Expansão Pulmonar.
ü  Fortalecimento cardiorrespiratório.


·         Motor
ü  Cinesioterapia.
ü  Mudanças de decúbitos.
ü  Alongamento.
ü  Fortalecimento muscular.
ü  Treino de Marcha.





REFERENCIAS 


MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Síndrome de Guillain
Barré. Portaria SAS/MS no 497, de 23 de Dezembro de 2009.

SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. BareBrunner & Suddarth, tratado de enfermagem
médico-cirúrgica. 10 ed. Vol. 2.  Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 

TORTORA, Gerald J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2004. 

BENNETT JC, Plum F. Cecil Tratado de Medicina Interna. 20ªEd. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 1997. p. 2372-3.





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