Trata-se de uma síndrome auto-imune onde ocorre uma lesão da bainha de
mielina que recobre os nervos periféricos. É uma polirradiculopatia
desmielinizante inflamatória.
Os nervos levam e trazem as informações ao cérebro através de impulsos
elétricos. Assim como fios encapados, os nervos também são revestidos por uma
substância isolante chamada de bainha de mielina. A síndrome de Guillain-Barré
ocorre pela produção de auto-anticorpos que atacam e destroem essa bainha de
mielina protetora.
O processo inflamatório e a destruição da bainha bloqueiam a passagem do estímulo nervoso. O cérebro dá a ordem, mas ela não chega aos músculos. Os nervos acometidos são basicamente os motores, com pouco ou nenhum acometimento dos nervos sensitivos.
·
FISIOPATOLOGIA
A produção de auto-anticorpos parece ocorrer por
uma reação cruzada entre anticorpos produzidos contra um agente infeccioso e a
bainha de mielina. Explicando, alguns micróbios podem ter proteínas semelhantes
às presentes na bainha, se o anticorpo for desenvolvido para atacar essa
proteína, ele se confunde e acha que a bainha de mielina também é um agente
invasor.
·
ETIOLOGIA
Desconhecida
Causas mas citadas pelos autores:
ü
Infecção pelo HIV
ü
Infecção
viral
-Citomegalovírus
-Epstein Barr
-Mycoplasma pneumoniae.
ü
Infecção Bacteriana
-Campylobacter jejuni
ü
Vacinação
ü
Traumas
ü
Cirurgias
Linfomas
ü
Lúpus
ü
Cirurgia
ü
Gravidez
ü
Imunização
QUADRO
CLINICO
ü
Sensação de parestesias nas extremidades distais
dos membros inferiores e, em seguida, superiores.
ü
Dor
neuropática lombar ou nas pernas pode ser vista em pelo menos 50% dos casos.
ü
Fraqueza progressiva é o
sinal mais perceptível ao paciente, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros
inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço. A intensidade pode variar desde fraqueza
leve até tetraplegia completa com necessidade de ventilação mecânica por paralisia
da musculatura respiratória acessória.
ü
A doença usualmente progride por 2-4 semanas.
ü
Passada a fase da progressão, a doença entra num
platô por vários dias ou semanas com subsequente recuperação gradual da função
motora ao longo de vários meses. Entretanto, apenas 15% dos pacientes ficarão
sem nenhum déficit residual após 2 anos do início da doença e 5%-10% permanecerão
com sintomas motores ou sensitivos incapacitantes.
·
DIAGNOSTICO
ü Avaliação dos sintomas clínicos
ü História de doença viral
ü Exames laboratoriais
- punção lombar
- Eletroneuromiografia
Critérios obrigatórios para o diagnóstico de Guillain-Barré
|
Déficit motor progressivo em mais de 1 membro
|
Arreflexia osteotendinosa universal
Pode-se
aceitar uma arreflexia distal + hiporreflexia bicipital e patelar se os
outros critérios forem cumpridos.
|
PASCOAL,Samuel-Ignacio Pascual . Síndrome de
Guillain-Barré – Protocolos Diagnóstico Terapeúticos de la AEP: Neurología
Pediátrica
TRATAMENTO CLINICO
O
tratamento se baseia em duas terapêuticas:
- Plasmaferese - Uma espécie de hemodiálise onde se filtra os auto-anticorpos
- Imunoglobulinas - Anticorpos contra os auto-anticorpos
Os dois tratamentos são igualmente efetivos e devem ser iniciados dentro das primeiras quatro semanas de doença.
- Plasmaferese - Uma espécie de hemodiálise onde se filtra os auto-anticorpos
- Imunoglobulinas - Anticorpos contra os auto-anticorpos
Os dois tratamentos são igualmente efetivos e devem ser iniciados dentro das primeiras quatro semanas de doença.
Em 80%
dos casos o paciente se recupera totalmente, ou as sequelas são mínimas e não
interferem na qualidade de vida. A mortalidade é de 5% e aproximadamente o
mesmo percentual não consegue voltar a andar.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
ü
Ventilação mecânica.
ü
Manobras de Higiene brônquica.
ü
Expansão Pulmonar.
ü
Fortalecimento cardiorrespiratório.
·
Motor
ü
Cinesioterapia.
ü
Mudanças de decúbitos.
ü
Alongamento.
ü
Treino de Marcha.
REFERENCIAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas da Síndrome de Guillain
Barré. Portaria SAS/MS no 497, de 23 de Dezembro de 2009.
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Bare. Brunner & Suddarth,
tratado de enfermagem
médico-cirúrgica. 10 ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
TORTORA, Gerald J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e
Fisiologia. 4 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
BENNETT JC, Plum F. Cecil Tratado de
Medicina Interna. 20ªEd. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 1997. p. 2372-3.
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